Falayah

O Forte de Falayah foi construído no século XVIII, com o propósito de servir de residência de verão à família Quwasim, que governava a região na altura. Rodeado por exuberantes jardins de tamareiras, o encantador retiro proporcionava uma refrescante pausa da agitada cidade de Ras Al Khaimah durante os meses quentes de verão.

A importância histórica deste local remonta a 1819, ano em que foi palco de uma guerra entre as tribos Qawasim e as forças britânicas e omanis. No verão de 1820, os xeiques que governavam a costa do Golfo e o governo britânico assinaram o tratado de paz de Falayah, estabelecendo assim as bases para a harmonia entre os Estados do Golfo. O tratado de paz é celebrado como o pilar essencial sobre o qual assenta a fundação dos Emirados Árabes Unidos.

Atualmente, Falayah tem três edifícios: uma mesquita no bairro ocidental, uma torre de pedra no centro e o edifício principal a leste, que albergava os aposentos domésticos.

O edifício principal (conhecido como “hareem”) é um espaço privado que combina uma série de quartos e uma torre construída com tijolos de barro. A arquitetura da torre contém duas portas de cada lado, o que sugere que era utilizada como entrada privada no complexo. As divisões adjacentes eram utilizadas como sala de receção ou majlis, sala de estar e estábulo.

A ampla e proeminente torre de pedra marca o lado oeste do pátio secundário, utilizado como espaço público. Pensa-se que terá sido na sala de receção situada no primeiro andar que foi assinado o tratado de paz de 1820. A torre central era a estrutura central de defesa, sendo possível barricar a entrada por dentro com uma enorme trave. As muralhas com ameias e as aberturas ao nível do telhado proporcionavam aos soldados posições estratégicas para o combate e a proteção da residência.

Às sextas-feiras, a família Quwasim e os habitantes locais deslocavam-se à mesquita para rezar. A mesquita combina o pátio parcialmente coberto e a sala de oração, iluminada pela luz de janelas baixas e ventilada por pequenos orifícios nas paredes superiores. A parte oriental da mesquita integra uma plataforma elevada, utilizada para as orações da manhã e da tarde ao ar livre. O minarete elevado convocava os fiéis para o momento da oração em diferentes alturas do dia. Curiosamente, não havia uma tradição de minaretes altos na região, tendo apenas surgido na arquitetura local no século XX. Não deixe de visitar esta autêntica joia do património dos Emirados Árabes Unidos: trata-se de um dos poucos exemplos de uma mesquita tradicional que resistiu à passagem do tempo.

Apenas é possível visitar este local arqueológico na companhia de um membro da equipa do Departamento de Antiguidades e Museus.